VISÕES DE CHAMPAKLAL
SONHOS E VISÕES DE CHAMPAKLAL
DUAS VISÕES NO DARBAR HALL, EM HIDERABAD
A CASCATA DOURADA
10-2-1979
Achava-me sentado perto do irmão Channa Reddy. Depois de algum tempo, ao olhar para ele, vi que sua imagem estava muito enevoada. Vi-o entrando para fazer um discurso, mas não pude vê-lo claramente. Ouvi apenas duas ou três frases iniciais. Não conseguia entender o que estava acontecendo comigo. Geralmente costumo fechar os olhos e, ao fazê-lo, sinto-me muito bem, indo a outros mundos. É por isso que tenho tendência a mantê-los fechados com muita freqüência.
Dessa vez, porém, sentia-me muito desconfortável, pois enxergava tudo escuro. O universo inteiro parecia estar coberto por algo negro, quase tão escuro como o breu, no qual muitas pessoas, incluindo crianças, flutuavam. Algumas pessoas emergiam e voltavam a penetrar nessa substância, como se estivessem muito felizes ali. Isso continuou por algum tempo. Então, vi uma imensa esfera cobrindo todo o universo. Ela possuía um matiz vermelho escuro – e uma água da mesma cor derramava-se do alto, como uma enorme cascata. Uso a palavra "cascata", mas não existem palavras para descrever o que vi; e assim, uso-a como a substituta mais próxima.
Gradualmente, sua cor foi ficando cada vez menos escura, até se tornar bem clara. À medida que a água mudava de cor, mudava simultaneamente a cor da grande esfera. E, uma após outra, vi todas as cores do arco-íris, depois a prateada, e por fim a dourada. O que vi – essa mudança em várias cores – é muito difícil exprimir em palavras.
A água passava através da grande esfera e avançava sem cessar, encobrindo tudo. Era belíssima essa água dourada e transparente, acima da gigantesca esfera! Em seguida, a uma grande altura, vi um ser, mas não posso descrevê-lo; só posso dizer que suas mãos se achavam estendidas amplamente num gesto de benção. Aquela água dourada parecia vir de todo o seu corpo. Todo o meu ser encheu-se de gratidão. Com as mãos unidas, inclinei-me reverente. Encontrava-me numa condição indescritível.
FLECHAS QUE SE TRANSFORMAM EM BELAS FLORES
10-2-1979
Havia algumas pessoas no meio de um imenso espaço aberto. Algumas flechas dirigiam-se para elas, mas não pude perceber de onde partiam. A maravilha disso era que as flechas, tão logo se aproximavam daquelas pessoas, transformavam-se em belas flores das mais diferentes espécies, algumas das quais desconhecidas. E elas espalhavam por toda a parte um doce e delicioso aroma.
Formou-se à volta delas uma grande montanha de flores. E todas as pessoas ali presentes, começaram a subir por ela. A montanha de flores desapareceu, e em seu lugar surgiu um enorme lago, com vários tipos de flores a flutuar sobre ele. E aquelas pessoas ficaram a dar voltas na água. A princípio, eu via-lhes apenas as cabeças. Gradualmente, as outras partes também se tornaram visíveis. Então, vi as flores entrando-lhes em diferentes partes do corpo, depois do que, elas começaram a caminhar sobre a água como se o fizessem em solo firme. Agora, já não ficavam circulando como antes, mas encaminhavam-se diretamente para longe, para muito longe.
A atmosfera estava impregnada de uma doce e maravilhosa fragrância, que eu jamais havia sentido antes. Aspirei-a profundamente e a visão terminou. Durante algum tempo, permaneci envolto por essa atmosfera.
VISÃO DA CERIMÔNIA DE FUNDAÇÃO DE AUROVILLE
21-2-1979
Para o dia 21 de Fevereiro de 1979, aniversário da Mãe, nosso irmão Narada havia organizado uma exposição de flores em sua própria casa, em Auroville, como uma oferenda de amor de sua dedicada família a nossa Divina Mãe. Seria para mim uma alegria visitar-lhe o jardim em qualquer dia que fosse, para vê-lo com suas plantas: é como se ele estivesse junto à Mãe. As plantas conversam com ele; e naturalmente o fazem também com outros, mas não são todos que as ouvem. Quando ele se encontra perto delas, o seu rosto brilha. É uma visão feliz vê-lo em tais momentos. São comoventes o amor e a devoção que ele tem pela natureza. Quando uma pessoa a ama e se torna uma só com ela, ao ver-se num jardim, tem a impressão de estar em outro mundo.
Tão logo chegamos à sua casa, entramos numa agradável atmosfera, cheia de alegria e devoção. Vimos todas as flores dispostas num arranjo muito simples e artístico, trazendo os significados dados pela Mãe. Não era apenas uma exposição de flores, mas a sua presença viva. Todas as flores estavam a expressar-se, e era muito difícil afastar-se de sua presença.
Depois de termos visto o jardim, fomos levados à Sala de Meditação, no topo do Matrimandir, e lá nos sentamos por algum tempo. Estava tudo muito quieto. Havia uma atmosfera extremamente serena e cheia de força dinâmica.
E ali eu vi a Mãe, que, com Seu doce e supremo sorriso, derramava sobre nós todo o Seu amor. A sala estava inundada pelo Amor supremo. Com as mãos, Ela acariciou-me a cabeça por alguns segundos e, com um suave beijo, pôs-me sobre a fronte o Seu selo. Eu já não via coisa alguma na sala, a não ser uma Luz dourada reluzente. Senti que Ela me cobriu os olhos com as palmas das mãos, do mesmo modo que costumava fazer quando em Seu corpo físico.
Vi a cerimônia de Fundação de Auroville, em 28 de Fevereiro de 1968, da mesma forma como a ouvira ser narrada à Mãe na época. Mas agora, eu via tudo com uma significação interior. Vi a Mãe situada exatamente acima de cada jovem participante da cerimônia, com Seu beatífico sorriso, cheio de suprema doçura. Ela irradiava, juntamente com o Seu Amor Divino, uma brilhante luz dourada. Isso me fez lembrar a Ras Lila de Krishna. Cada participante sentava-se sobre um leão, e, portando a bandeira do seu país numa das mãos e uma porção de sua terra na outra, marchava para a Urna de Fundação. A visão toda era magnífica. Os leões eram extremamente belos e majestosos, e possuíam uma cintilante cor dourada. Suas imensas jubas quase tocavam o solo. Toda a atmosfera estava impregnada de uma substância invisível. Este dia 28-2-68, foi único na história do mundo – como expresso num antigo ditado Sânscrito, que diz: "na bhuto na bhavishyati" – jamais aconteceu antes e nunca voltará a acontecer no futuro!
Esta visão relembra-me o que disse a Mãe certa vez a Kamala: que as flores do Amor Divino, as quais era Seu costume dar a Kamala para que esta preparasse Pacotes de Bênçãos, eram impregnadas por Ela. Agora, Ela concedia-me a experiência de como o fazia. Vi toda a Sala de Meditação do Matrimandir impregnada de um supremo Amor Divino.
Quando estive no Matrimandir em 7-12-78, eu desejava descer, mas não pude fazê-lo. Na segunda vez, em 4-1-79, quando a Mãe arranjou novamente uma visita, tudo aconteceu de modo que eu pudesse descer, mas não subir. E agora, quando Ela providenciou minha ida pela terceira vez, em 21-2-79, fui levado à parte de cima. Esta é a maneira de agir da Mãe – Ela arranja tudo sem que seja preciso pedir-lhe! Tudo isto é Sua Glória e Sua Graça!
*
"O amor pelas flores é uma valiosa ajuda para encontrar e unir-se ao ser psíquico".
Mãe
A MÃE NUM CORPO DOURADO
16-4-1979
Em 16 de Abril de 1979, logo antes de partirmos para Calcutá, achava-me sentado na sala de estar de Umeshbhai.
E ali, de pé no espaço à minha frente, vi a Mãe olhando para mim. Seu olhar era muito íntimo e cheio de compaixão. Com olhos muito penetrantes, Ela dirigiu o olhar para minha fronte. Comecei a sentir vibrações nela e por todo o interior do corpo. Após algum tempo, tive a impressão de que havia um fogo ardendo no interior, e tudo se tornou muito quente. Com isso, houve uma palpitação por todo o meu corpo. E apesar desse fogo que me ardia por dentro, a parte externa estava bastante fria. É muito difícil colocar em palavras o que ocorria dentro de mim.
Olhei para a Mãe e Ela estava sorrindo. Seu sorriso parecia significativo. Percebi que Seu corpo começou a expandir-se cada vez mais em todas as direções. Todo o espaço foi tomado por Ela. Não havia nada a não ser Ela – nenhum céu, nenhuma terra – havia apenas a Mãe em Seu Virat Kaya (Forma Universal). Sinto-me surpreso agora e pergunto-me como fui capaz de contemplar esta Sua forma. Então, aquela gigantesca forma já não podia ser percebida; eu via apenas uma brilhante e fresca Luz dourada. E a emergir dessa Luz, vi a Mãe com Seu corpo dourado e transparente, o qual parecia ser feito apenas de luz. Havia em Sua mão um martelo dourado e ele também parecia ser feito daquela brilhante luz dourada. Na outra mão, havia um luminoso lótus dourado.
A Mãe pôs-se a fitar-me novamente a fronte, a qual, dessa vez,começou a expandir-se e tornar-se cada vez mais vasta, como se já não tivesse limites! A Mãe ergueu o martelo, girou-o no espaço e golpeou-a fortemente. Alguma coisa saiu dela e dissolveu-se no ar. Dentro de mim, havia um movimento semelhante a uma corrente elétrica, que subia e descia sem cessar. Isso durou alguns segundos. Meu corpo estava extremamente frio. Vi então, no interior de todas as suas partes, aquela Luz dourada, a qual começou a irradiar-se dele e espalhar-se pelo espaço em redor. E ela avançava cada vez mais longe.
A Mãe chegou bem perto de mim e com ambas as mãos cobriu-me os olhos – e a fronte – exatamente como costumava fazer quando se encontrava em Seu corpo físico.
A visão terminou. Isso deu-me a impressão de que uma grande mudança ocorrera em mim.
VISÃO EM GOVIND DHAM
30-6-1979
Eu via montanhas grandiosas, cujos picos estavam cobertos de neve radiante. Elas pareciam tocar os céus. Continuei a caminhar e a admirar todos aqueles belos vales Himalaicos, cheios de diferentes espécies de árvores. À medida que avançava, sentindo-me muito feliz, comecei a rir sozinho. Foi então que apareceu um sadhubaba. Tomando-me a mão, ele conduziu-me adiante.
Depois de cobrirmos uma grande distância, o cenário mudou. Bem à margem da trilha que seguíamos, havia um vale profundo percorrido por um rio. Suas belas águas fluíam com melodiosa música. Eu estava tão fascinado que queria pular dentro da correnteza. Repetida e poderosamente, assediava-me essa idéia de saltar no rio e fluir com suas águas, não importando o que me acontecesse. O Babaji atalhou-me: "Batchha (filho), não chegou ainda o momento de fazê-lo. Você ainda tem muito que realizar, seu trabalho ainda não terminou". Fiquei surpreso em ouvir isto do Babaji. "Com o que você está surpreso?" disse-me ele. "Nada me é desconhecido. Você não sabe disso?" Enquanto falava, segurou-me fortemente pela mão e conduziu-me em frente.
Agora me dava conta de que a trilha que levava ao lugar aonde devíamos ir, subia cada vez mais e parecia, à distância, quase vertical. Ao chegarmos àquele ponto, percebi que não havia nenhum meio de subir, ou qualquer degrau. Era muito mais íngreme do que imaginara. Fiquei a observá-la. "Que está olhando?", perguntou-me o Babaji. "Temos de ir exatamente até aquele local. Você se recorda do Mahimna Stotra, não é?" "Sim", respondi eu, "mas não totalmente". O Babaji observou: "Não importa, você vai recitá-lo comigo". Dessa vez, ele apertou-me a mão com tanta força, que tive a impressão de que ela estava colada à sua. Então, ouvi uma voz muito doce e melodiosa, de aguda e sublime entonação. Fiquei junto a ele e, para minha grande surpresa, demos um salto imenso, à maneira de Hanuman. Alcançando assim uma grande altura, chegamos ao topo. Era um lugar muito amplo e extremamente fascinante. Tudo ali brilhava com uma reluzente luz dourada. Eu podia perceber vagamente algumas pessoas ao longe. O sadhubaba continuava a segurar-me do mesmo modo e conduzia-me adiante sem cessar. Num certo local, paramos. Fiquei espantado ao ver as duas mãos do sadhubaba abertas e erguidas no espaço. E mesmo assim, ele continuava a segurar-me pela mão. Olhei várias vezes para verificar se aquilo era real! Como era possível? Mas era assim! Ele parecia ter três mãos!
O Babaji, olhando para cima e voltando os olhos, as mãos e todo o corpo em todas as direções, recitou com ressonante e melodiosa voz:
asitagirisam, syat kajjalam sindhupatre
surataruvarashakha lekhani patramurvi
likhati yadi grhitva sharada sarvakalam
tadapi tava gunanamisha param na yati.
"Ainda que toda a montanha negra seja dissolvida no oceano,
como em um tinteiro, e a Deusa Saraswati, usando como pena
um ramo da árvore celestial que realiza todos os desejos,
escreva todo o tempo, tendo a superfície da terra por papel,
ainda assim , Ó Senhor, Ela não poderia sondar a Vossa glória!"
O eco da voz do Babaji ressoou no espaço. À medida que ele recitava, a expressão de sua face era maravilhosa! Era uma visão magnífica de se contemplar!
A visão terminou. Tudo isto é obra da Graça!
A CAMINHO DE HEMKUND
1-7-1979
Seguíamos para Hemkund e havíamos subido uns três quartos dos degraus -- que não são como nas construções, mas dispostos de forma irregular. Dai combinarem tão bem com a natureza. Eu não subi até o fim. Mas, aquele local era igualmente belo, muito amplo e aberto – a maior parte dele coberta de neve radiante. Não se tinha vontade de sair dali. Um de nós observou: "Se este não for um Tapobhumi (local de ascese), então que tipo de lugar será?" Não me lembro das palavras exatas. É um lugar que nos enleva e induz ao recolhimento interior. Sentei-me e olhei em volta. Para onde quer que o olhar se dirigisse, ali se fixava e não queria desviar-se do cenário. Esquecemo-nos de tudo e tínhamos a impressão de estar em outro mundo. Tudo se tornou extremamente tranqüilo dentro de nós. Após algum tempo, cerraram-se-me os olhos. E ali permaneci, enquanto os outros seguiram para Hemkund.
VISÃO
Vi um ser magnífico, majestoso e extremamente encantador. Tinha a forma de um Digambar (asceta desnudo) e parecia ser feito de uma neve branca e luminosa. Era tão fascinante, que eu não conseguia tirar os olhos dele. Fitando-me de modo cativante, com belos e penetrantes olhos, disse-me: "Champaklal!" Não pude responder. Eu apenas olhava para ele. Tomando-me a mão, chamou-me novamente: "Champaklal, venha!" Ele segurou-me pela mão de modo a fazer-me levantar. Começamos a caminhar, e dessa maneira percorremos uma longa distância. Por fim, chegamos a um lugar amplamente aberto e fascinante -- via-se por toda a parte aquela neve luminosa. Ali já não havia nenhum caminho. Conduzido por ele, subimos cada vez mais e cobrimos quase que a mesma distância. Deliciando-me com a caminhada, eu contemplava os cenários do Himalaya. Chegamos a um local onde se via somente uma linda água. Tínhamos visto uma água encantadora em Sheshnag, mas a cor desta era muito mais bonita.
O Digambar fez-me sinal que parasse e olhou-me de alto a baixo, com seu poderoso e penetrante olhar. Inclinou-se e moveu a mão ao redor de meus pés. Assim que os tocou, comecei a levantá-los, pois não queria que os tocasse, mas ele fez-me sinal que ficasse quieto e não me movesse. Depois disso, tive a impressão de ter os pés fixados ali. Então, com ambas as mãos, ele tocou-me de cima até embaixo, na parte da frente e na de trás, por todos os lados. Um sentimento estranho e poderoso, mas muito agradável, percorreu-me todo o corpo, por fora e por dentro. Após o que, senti como se não houvesse nada dentro dele – nenhum osso, nenhuma carne! Meu corpo tornou-se extremamente leve – tão leve que um vento suave poderia carregá-lo! Ao mesmo tempo, tinha as pernas firmes e sólidas. Eu estava muito espantado com todas essas mudanças.
O Digambar tomou-me a mão e gesticulou que começássemos a caminhar. Seguimos em frente, a andar sobre a água como se o fizéssemos em solo firme! Ele segurava-me fortemente pela mão e de vez em quando olhava para mim e sorria. Sem dizer palavra, seu olhar parecia perguntar-me: "Está gostando? Satisfeito?" Percorremos igualmente uma grande distância, até que chegamos a um lugar repleto de lindas flores; havia espécies e cores as mais variadas, algumas das quais nunca vistas. Estavam em plena florescência. Não se via nada a não ser essas belas flores. O lugar estava impregnado de uma grande variedade de fragrâncias. Eu estava maravilhado. Ali também não havia nenhum caminho, mas à medida que prosseguíamos, ele se revelava, como se as plantas se afastassem para abrir-nos uma trilha. Percorremos uma longa distância nesse bonito local. E avançando ainda mais, o cenário mudou. A cor da água ali era verde escura, ou azul escura – não sei dizer exatamente. Mas havia grandes flores de lótus abertas, da mesma cor da água, com amplas folhas e longas hastes de igual coloração. O local recendia com a fragrância dos lótus. O que nos deixou muito felizes. E outra vez, o Digambar fez-me sinal para seguirmos. E também ali, como antes, o caminho se mostrava à medida que avançávamos.
O cenário mudou novamente. Nele a cor da água era vermelha escura – e assim, tudo o mais era da mesma cor – os lótus, suas folhas e hastes. Havia também um tipo diferente de fragrância. De forma semelhante, revi o mesmo cenário várias vezes, mas com diferentes cores e perfumes – amarelo, rosa, azul claro, branco neve, e prateado, respectivamente; neste último, porém, havia algo muito estranho: às vezes, a água, os lótus, as folhas e as hastes, tinham uma cor branco-neve, enquanto outras vezes pareciam brilhar com a cor prateada. Era, na verdade, uma linda visão! E cada lugar estava impregnado de sua fragrância característica. Ao chegarmos ao topo, tudo estava banhado por uma brilhante e reluzente cor de ouro – a água, os grandes lótus de mil pétalas desabrochados, suas amplas folhas e longas hastes. Tão belo e magnífico era todo este cenário, que é impossível imaginá-lo! Suas doces fragrâncias inundavam todo o local. Ao longo do caminho, eu tinha visto, aqui e ali, algumas pessoas a caminhar sobre a água, como se o fizessem em chão firme. Mas no topo havia somente sete pessoas. Elas iam em direção aos lótus, paravam por um momento e seguiam em frente. Lá, a atmosfera era completamente diferente da de qualquer outro lugar. Era inteiramente nova. Eu contemplava tudo isso com grande assombro, e sentia-me paralisado!
O Digambar Maharaj olhou para mim e disse-me sorridente: "Agora, dance tanto quanto quiser, para a alegria de seu coração! Você queria vir aqui, não é? Devo ir-me agora. Quando precisar de mim, tudo o que tem a fazer é chamar-me, e eu estarei perto de você". Estava para sentar-me, quando abri os olhos.
Esta visão totalmente maravilhosa, está diante de meus olhos como se eu ainda estivesse lá. Pouco a pouco, o cenário torna-se indistinto, mas em minha memória ele permanece maravilhoso, magnífico, inexprimível, extremamente belo e assombroso.
O que se pode escrever a respeito? Está além das palavras.