PRECES E MEDITAÇÕES

17 de agosto de 1913

Ó Senhor, Mestre de nossa vida, deixa-nos elevar-nos bem alto, acima da preocupação de nossa conservação material.Não há nada mais humilhante e deprimente do que esses pensamentos sempre voltados no sentido da conservação do corpo, do que essas preocupações a respeito da saúde, da subsistência, do quadro de vida… Como tudo isso é pouca coisa, uma leve fumaça que um simples sopro dissolve, que um único pensamento a Ti dirigido faz desaparecer como uma vã miragem.

Liberta os que estão nessa escravidão, como os que estão na escravidão das paixões. Esses obstáculos são, ao mesmo tempo, terríveis e pueris no caminho que leva a Ti; terríveis para aqueles que estão ainda a eles submetidos, pueris para aquele que passou além.

Como expressar o alívio extremo, a deliciosa leveza que se sente quando se fica livre da preocupação consigo mesmo, com sua vida, com sua saúde, com sua satisfação e até com seu progresso.

Esse alívio, essa libertação, Tu ma concedeste. Ó Tu, Divino Mestre, Vida de minha vida, Luz de minha luz, Ó Tu que me ensinas constantemente o amor e me fazes conhecer minha razão de ser.

És Tu que vives em mim, somente Tu; e por que me preocuparia comigo mesma e com o que poderia acontecer-me. Sem Ti, o pó que constitui este corpo procurando manifestar-Te dispersar-se-ia, amorfo e inconsciente; sem Ti, esta sensibilidade que permite a relação com todos os outros centros de manifestação dissipar-se-ia numa obscura inércia; sem Ti, este pensamento que anima e ilumina a síntese, seria difuso, átono, irrealizado; sem Ti, o amor sublime que vivifica, coordena, anima e tudo aquece, seria um possível ainda não despertado. Sem Ti, tudo é inerte, brutal ou inconsciente. Tu és tudo o que nos ilumina e nos encanta, toda a nossa razão de ser e toda a nossa meta. Não é o suficiente para curar-nos de todo pensamento pessoal, para fazer-nos abrir as asas e planar acima das contingências da vida material — a fim de voar na Tua atmosfera divina e de poder voltar à terra como mensageiro — anunciar a gloriosa notícia de Tua Vinda próxima?

Ó Divino Mestre, Sublime Amigo, Maravilhoso Instrutor, num silêncio fecundo, eu me inclino diante de Ti.        


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